O Brasil é o país onde vivem mais
descendentes de japoneses (nikkeis) fora do Japão. De todos os povos que migraram
para o Brasil, os japoneses foram os que mais contribuiram em setores como
agricultura, siderurgia, celulose e tecnologia.
Na agricultura, os japoneses auxiliaram o
Brasil a ser um dos líderes mundiais na produção de grãos, especialmente no
cerrado, que era considerada uma região inóspita. A culinária japonesa também
se mostra bastante presente nos restaurantes de todo o Brasil, em pratos
típicos como sushi, sashimi, temaki, yakisoba, dentre outros.
Além disso, as artes marciais oriundas do
oriente – aikido, judo, karate – já estão tão arraigadas no país verde-amarelo,
que algumas das academias brasileiras são referências internacionais.
Seja nos
esportes ou no mundo das artes, quem não conhece um nikkei famoso como Hugo Hoyama,
Daniele Suzuki, Fernanda Takai, Sabrina Sato ou Tomie Ohtake?
Tomie Ohtake,
artista plástica japonesa naturalizada brasileira, autora do monumento aos 100
anos de imigração japonesa no Brasil, em Santos, litoral do estado de São Paulo
Os primeiros japoneses a desembarcarem na
terra tupiniquim vieram a bordo do navio Kasato Maru, em 1908, em busca de
oportunidades de trabalho nas fazendas de café do interior paulista. Desde
então, passaram-se quase 110 anos dessa longeva parceria. Para celebrar a contribuição
japonesa para a vida, cultura e economia do Brasil, e também propagar os
valores caros aos orientais, o Festival do Japão é realizado, anualmente, em diversas cidades brasileiras, com destaque para as edições de São Paulo e Belo Horizonte. Em São Paulo, capital do estado no qual vivem mais de 1,5 milhões de
nikkeis, o festival acontece desde 1998.
Em Belo Horizonte, ocorre anualmente desde
2012. Algumas das exposições são de artes marciais, dança e ginástica. Há oficinas
de mangá, origami e oshiê. Também há venda de produtos típicos e até concursos
de Miss Nikkei e Cosplay. Veja mais detalhes do último festival aqui.
No próximo 2018, quando se celebrarão 110
anos de imigração japonesa no Brasil, o festival será especial. Minas Gerais é
província-irmã de Yamanashi, a terra do Monte Fuji, símbolo do Japão. A partir
dessa relação de irmanamento, há um tratado pelo qual dois mineiros, um dos
quais servidor público do governo de Minas, veem, anualmente, para a província
de Yamanashi, realizar um programa de trainee.
Então os ex-bolsistas se organizaram para realizar um estande de Yamanashi, que terá apresentações e produtos típicos dessa província. Haverá mostras e palestras sobre o Monte Fuji; os templos de Zenkoji, Takeda e outros; o Festival do Fogo de Fujiyoshida; as sakerias e docerias; os festivais de uvas e vinhos (Katsunuma, Isawa Onsen e outros); vale do Shosenkyo, região de Yatsugatake, Minami Alps, dentre outras maravillhas naturais e atrativos culturais que a província oferece. Os bolsistas de Minas recebem um treinamento sobre algum tema político-econômico de interesse mútuo das províncias irmãs, mas o período vivendo em Yamanashi vai muito além do aspecto profissional. A cultura e o modo de vida orientais, os valores mais caros aos japoneses, podem ser vividos e sentidos à vera durante o tempo do treinamento.
Para fevereiro de 2018, a organização do
Festival espera sucesso de público semelhante ao desse ano, quando mais de 24
mil pessoas passaram pelo Expominas para visitar o Festival e ficar mais
próximos da Terra do Sol Nascente. A distância, de fato, dificulta um pouco o
traslado entre as províncias-irmãs, mas nunca foi impeditivo para a relação de
sucesso que perdura desde 1973. É nesse clima de confraternização, de
celebração de 45 anos de irmanamento com Yamanashi, e de 110 anos de imigração
japonesa no Brasil, que a equipe mineira prepara, com muito carinho, o estande
de Yamanashi e o Festival do Japão em Belo Horizonte, capital das Minas Gerais.
Falando de Minas Gerais, quanto você conhece sobre esse estado?
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